Em sua boca havia um pouco do mel espesso de sua última palavra,
Com o seu esôfago cosia auroras, bordando
um lenço de juncos inertes – o grito mergulhava como um peixe
em lagos sem nome: homem e fera lambiam da mesma fonte.
E a lama fresca de seus pés – Olhos
sepultos em espelhos escuros – deixava um odor turvo e pálido de
passado esquecido. A tudo ele sentia
Com a mais viva intensidade. Do seu
peito, pulmões gemiam em cavernas ósseas, gemiam canções de guerra. Alasão
Sem lesões, cascos firmes esburacando nuvens cinzas
de poeira, a crina levava estrangulado, em suas tranças negras, uma antiga vaidade;
e o tempo já não segurava as rédeas de seu pescoço;
e ele parecia eterno, sentia um gosto amargo e absurdo de permanência.
Selvagem, ignorou que o mundo era geométrico: cubos, planos, primas
– tudo o mais era carne, músculos, vegetação
túmida; nesga de homem corria na lágrima do animal.
E o orvalho eram os seus olhos, vivos, vivíssimos em tudo,
segurando os cabelos vermelhos do astro pelos dentes
E o puxando violentamente de volta para si. Enfim, não era homem
Crepitando o carvão dos dias.