Mãos que despencam
Que regem soçobros
Mãos
Que deslizam na madrugada
E costuram palavras insones
Que desenlaçam
Negros astros sem pálpebras.
Coágulos elétricos
Ansiedade
Cigarros acendendo rubis
Riso de gaivota, sobre águas pacíficas -
Estacas de gelo rolam
Sobre
Vértebras curvas;
Gotejando o impacto
Que o meu nome
Desfere
No quadro que olhas, gotejando
Os contratos
Que assinamos a cada tolice.
Meu nariz - Grave Cícero!
Quase fala o latim
Quebrado
Dos poemas de Cátulo
Ou das lápides do Etna.
O olho turvo mira
Tua boca paralítica.
Grave sono
Leva as cinzas
Como um vento sem cortinas.