sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Beijo Tépido

Beijo Tépido.


Braços de noite
Fecham
Cortinas sobre meus olhos.

E um mundo
Despedaçado contra a janela
Cabeleiras
verte
De sombras oblíquas
E nós azuis e felinos.

Túmulos de
Pálpebras fechadas
Revelam erosões

Macias -

Sono da inconsciência.

Beijo,

Vulcão gélido
Erupção de vazio e epiderme de céu

Culpa e prazer
Estreitam dedos
Invisíveis
No pescoço do pecado.

Uma forca
Julga
Meu coração, emorecimento
De marés sem navios
De tempestades sem
Nuvens.

Pantera,
Cadência do silêncio,

Gumes negros rasgam visões de olhos,
Pulmões degelam lembranças:

Espirando, Inspirando
Espirando, inspirando...

As sombras
Se espicham
sobre o lençol,
Sudário de reinos

E sonhos de esquecimento.

Amnésia de dedos
Tateia a escuridão.

Travesseiro sem mágoas
Recebe a cabeça nua
Do esposo solitário.

Pantera, à espreita
Devora o suspense castanho
De olhos.
Insônia.

Mãos que desenrolam
Palavras sem voz.

Uma lua de carbono
Apaga
Teu lábio:

Anjo na escuridão.

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