domingo, 24 de outubro de 2010
Em seu leito de morte, eis o homem.
Em seu leito de morte, eis o homem
Acabado...
Fustigado...
Grandes asas de corvo coroam o seu imenso sacrifício.
E a tribuna aplaude com indiferença,
Com ironia.
Em seu leito de morte, eis o homem
Louco
Profético
Teus olhos me assustam, ó anjo sem ossos!
Ao pé do teu leito sombrio, eu assoviei uma canção
Que costumavas cantar enquanto eras forte e sozinho.
Em seu leito de morte, eis este homem!
Derribador de ídolos?
Santo maldito, um pouco das páginas que o homem escondeu
Dos vermes e das traças da civilização
Dos ventos e da penumbra e das grandes e terríveis casas e depósitos e risos sardônicos e príncipes sem céu?
Em seu leito de morte, eis este homem!
Uma esqueleto de cera? Uma pústula? Uma adaga sem máculas?
Uma sutura, um analgésico, uma atadura
Amarrando, tal como uma grande forca, o fluxo indomitável dos rios?
Um tapete rasgado de sonhos, o Demônio prestando contas ao seu Criador?
Uma palavra, uma palavra apenas, para jamais ser dita!?
Em seu leito de morte, eis aquele homem...
Diga adeus a ele.
Diga adeus...
Ele quer ser deixado, brada com o rosto amnésico,
Descortinado pela Loucura.
Diga adeus a ele,
Diga adeus...
Ele quer ser deixado, brada contra a luz que dilata e o clímax do inevitável!
Filho do Sol, ele finalmente está em paz na escuridão.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário