Violento, eu nasço;
Destruindo óvulos, placenta, entranhas; devorando o fígado
e os pulmões com dentes absurdos de mármore;
o hálito da vida de minha mãe cedo
se dobra em minha língua. Nem mau
Nem bom: apenas eu, repleto
por uma camada de pêlos hirsutos,
Banhado pelo nascimento como um touro jovem e cego.
Meu coração dispara. Bomba.
Tambores tribais, enervantes, destruindo tímpanos negros,
Elevando terríveis vozes e mais vozes, pilhas de corpos horrendos,
e huris, e danças, danças ósseas diante do fogo, repletas de
membros e taças transbordantes.
Chamas sobem e descem, sobem e descem
Como pêndulos, como instrumentos de cura e navalhas
De rocha afiada, e tendões azúleos, e como os braços do amigo decepado por uma arma branca, no
deleite de um espasmo elétrico...
Nos meus olhos: caldeirão onde
o Sol deixou-se cair, há trevas sendo corroídas pela luz violenta e salgada. Nos meus olhos tudo, tudogira com imperfeição.
O mundo cai; o abismo me encontra; Eu cavalgo costelas jovens; dorsos nus;
Minha língua está em teu coração, em teu coração; Uma serpente de rubi;
e meus dedos, galhos repletos de neve de ti, secos e afiados,
digerindo tuas castas asas brancas.
Sinto o cheiro de nuvens e mar;
Corro, sobre minhas patas,
A engolir nuvens e mar.
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