Eu não quero voltar no tempo. Tempo pra quê? Os relógios podem parar
De tentar marcar o compasso da minha existência.
O passado que fique para trás. O que foi, foi. Não posso mudar. Ainda que quisesse!
Ainda que pudesse...
Mas não posso.
E não quero.
O passado pode ficar bem onde está - ou lhe darei um murro no nariz.
Talvez eu ainda recorde o quanto fui feliz, no passado...
Mas que não seja eu hipócrita de não recordar que também não fui feliz!
Minha alegria está aqui,
Na destruição dos segundos,
Na obliteração do dia em noite.
Meus passos demarcam o limite;
minha cegueira é o meu novo vício: abrir os olhos pela primeira vez
E rir, como um doido! Eu disse um doido!? Meu mundo é o mundo de
vocês, e meu também. Acham isso loucura de um louco,
Ou loucura de um sábio? Que me importa! O sábio e o louco se dão as mãos,
E fica difícil saber qual é qual.
Mas eu não sou louco, não.
Sou apaixonado. E é simples assim.
Se você não gostar, haverá quem goste...
Mas talvez eu me importe com você.
Talvez eu queria que você abra os olhos
E tenha por vício as cores que enxergo
E as formas, as formas, as formas! São lindas, não são?
Tão perto, tão perto! Ah! Cansei...
Cansei de estar seguro. Cansei desse labirinto de espelhos.
Eu não estou aí, na tua superfície. Eu estou aqui! Aqui dentro
E tão silencioso... E tão compreensivo...
Eu acho que o silêncio não poderia ser mais confortante!
Minha casa é o meu coração, e eu deixo você entrar
Se não fizer muita bagunça
E me ajudar a limpá-lo, três vezes por semana.
Que o passado seja esquecido
Ou cosido em meu fogão. Podemos comê-lo com azeite
E queijos deliciosos.
Que importa o Passado, afinal?
Que importa o Futuro, afinal?
O Presente é o nosso presente,
E é bom agarrá-lo pelos cabelos, e não deixá-lo escapar como um rato.
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