Que lindo é o caminho de volta! De volta para casa.
Já nem recordo como a deixei - os jardins, os jardins!
A natureza deve lá estar morando,
Deve lá ter deixado os pássaros coserem ninhos
De luz e matéria.
Eu, que por muito tempo tenho estado aqui em cima,
Estou cansado de estar sozinho.
Quero amar novamente as sombras na varanda,
E as árvores de raízes saudáveis e fortes
Que deixei há tempos.
Eu, que por muito tempo amei as montanhas,
Mal percebi que tomei-lhes à semelhança!
Que feios eram os dias frescos
Sentado junto às rochas! A solidão
Já não me comove mais.
Eu mesmo me tornei pedra! Sentado, na mesma posição,
amando as folhas que caem e são levadas pelos ventos.
Eu não sou folha e aqui permaneço!
Que chato é permanecer aqui, olhando lá para baixo,
os homens e a dança dos homens!
E, quem sabe...? Não, não! Ou sim? Sou eu ali, a dançar?
Não. Eu não estou lá para baixo,
Mas lá adiante, onde os vales balançam os ventos esverdeados,
E a minha morada abriga o vôo
das vespas e dos passarinhos.
E eu vou lá para baixo! E é já! Que coisa... Abandonar essa
Montanha fria! Aqui tenho estado seguro, mas minha alma
Deseja vôos rasantes com a vida.
Minha alma deseja as vagas silentes e o reflexo
Divino nas fontes.
É preciso deixá-la, montanha, para que outro a suba.
Mas que outro me importa! Eu devo descer-te
Com a aurora nos cabelos, escorregando alegre
pela areia vacilante das rochas. A ti eu volto, minha terrinha
Querida.
Que quis eu aqui em cima? Que quis eu aqui embaixo? O céu
Não me pertence, nem a terra, tampouco o mar.
Quis eu pertencer ao céu, à terra ou ao mar?
Queira eu apenas pertencer e retornar
aos jardins que cultivei há tempos!
O mundo é grande demais pra mim! E o universo muito mais!
Melhor talvez seja eu largar essas baboseiras,
E dar uma boa varrida na minha varanda.
Eu quero voltar para o meu amor
Onde a Natureza virou hóspede.
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