quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Que lindo é o caminho de volta! De volta para casa.

Já nem recordo como a deixei - os jardins, os jardins!

A natureza deve lá estar morando,

Deve lá ter deixado os pássaros coserem ninhos

De luz e matéria.

Eu, que por muito tempo tenho estado aqui em cima,

Estou cansado de estar sozinho.

Quero amar novamente as sombras na varanda,

E as árvores de raízes saudáveis e fortes

Que deixei há tempos.

Eu, que por muito tempo amei as montanhas,

Mal percebi que tomei-lhes à semelhança!

Que feios eram os dias frescos

Sentado junto às rochas! A solidão

Já não me comove mais.

Eu mesmo me tornei pedra! Sentado, na mesma posição,

amando as folhas que caem e são levadas pelos ventos.

Eu não sou folha e aqui permaneço!

Que chato é permanecer aqui, olhando lá para baixo,

os homens e a dança dos homens!

E, quem sabe...? Não, não! Ou sim? Sou eu ali, a dançar?

Não. Eu não estou lá para baixo,

Mas lá adiante, onde os vales balançam os ventos esverdeados,

E a minha morada abriga o vôo

das vespas e dos passarinhos.

E eu vou lá para baixo! E é já! Que coisa... Abandonar essa

Montanha fria! Aqui tenho estado seguro, mas minha alma

Deseja vôos rasantes com a vida.

Minha alma deseja as vagas silentes e o reflexo

Divino nas fontes.

É preciso deixá-la, montanha, para que outro a suba.

Mas que outro me importa! Eu devo descer-te

Com a aurora nos cabelos, escorregando alegre

pela areia vacilante das rochas. A ti eu volto, minha terrinha

Querida.

Que quis eu aqui em cima? Que quis eu aqui embaixo? O céu

Não me pertence, nem a terra, tampouco o mar.

Quis eu pertencer ao céu, à terra ou ao mar?

Queira eu apenas pertencer e retornar

aos jardins que cultivei há tempos!

O mundo é grande demais pra mim! E o universo muito mais!

Melhor talvez seja eu largar essas baboseiras,

E dar uma boa varrida na minha varanda.

Eu quero voltar para o meu amor

Onde a Natureza virou hóspede.

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