quinta-feira, 4 de junho de 2009

Limite.

- Quer dizer que... este é o meu limite?
- Talvez
- E se não for?
- Então você estipula um outro
- Gosta de ter limites?
- É necessário... O próprio ilimitado tem um limite.
- Mesmo? E qual?
- Nós, humanos, por exemplo...
- Isso não faz sentido!
- É como aquele enigma chinês: se uma árvore caí dentro de uma floresta, e não há ninguém para ouví-la, ela produz som?
- Sempre que alcanço um novo limite, sinto necessidade de ir além dele...
- Isso é uma infelicidade...
- E porquê!? Sempre pensei que fosse sinal de força, de espírito forte... Não ter limites, limites possíveis...
- Significa que não está satisfeito com o caminho que traçou, os limites aos quais chegou. Tua sede pelo infinito se edifica sob uma contínua insatisfação...
- Você... você acha mesmo isso?
- Não seria eu, agora mesmo, um novo limite a ser superado? Não seriam as minhas palavras, de condenação a tua fome pela vida, um pequeno teste que o fado te traz? Se cais derrotado, diante de verdades que muito bem poderiam não sê-la, então chegastes ao teu limite?
- Estou derrotado quando encontro meu limite?
- Aí é que está.
- E se desejo, de coração, transpô-lo?
- Então aí não será mais tu a transpô-lo, mas outro.
- E qual é o nome desse outro?
- Você saberá.

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