terça-feira, 2 de junho de 2009

Meu primeiro dia...

Aconteceu. Eu acho que errei demais, errei demais mesmo... E talvez agora sequer tenha volta. Nunca tem. Na verdade, todas as coisas que você faz elas permanecem, de alguma forma, seja num sonho ou em uma lembrança. A sensação de fracasso não pode ser maior que a dor: a dor da irreversibilidade. Mas eu acho que eu a mereço, e não a pessoa a quem fiz tais coisas. Entretanto, estou angustiado. Durante a noite o sono vem dificilmente. Fico no computador, esperando para falar um pouco e descobrir alguma coisa: se nunca mais nos veremos ou se ela ainda sente algo por mim que pode se tornar grande. Essa dúvida... nunca a tive antes. Em relação a ela, ao menos. Sempre soube amá-la. Mas talvez... talvez eu tenha me descuidado. Talvez eu tenha ficado desleixado por dentro, e isso tenha se refletido fora de mim...

Ontem mesmo percebi isso. Desleixo. Descuido. Meus cabelos cresceram, minha barba também. Ás vezes ponho qualquer droga de roupa, apenas para não passar frio. Nem ligava pra barba, pro meu quarto, pras minhas propostas de emprego para mim mesmo, para minhas idéias, para nada. Meus estudos: pff... fazia nas coxas. Eu percebi que não gostei de mim o suficiente. Percebi que não cuidei de mim o suficiente. E se eu não cuidei de mim, se eu não me importei comigo, como posso dar, como posso me importar com outra pessoa? Se eu não tive a percepção para ver antes que a minha própria situação é crítica, óbvio que eu não teria percepção o suficiente para cuidar de ti, querida. Eu não sei se essa é a verdade. Talvez seja uma verdade, uma razão. Talvez existam muitas razões e verdades que derrubem esta.

Mas eu resolvi tentar...
Refleti, refleti mas ainda não cheguei a uma fórmula que possa driblar a minha falta de atenção, a minha falta de cuidado e discernimento; Tudo o que percebi é que o caos das minhas coisas era parecido com o caos que vive dentro de mim. Hoje acordei cedo, sabe... 15 pras 8h, e fui fazer um bolo. A cozinha estava arrumada, e ninguém havia acordado (ou tinham saído). fiz um belo bolo de chocolate, com muita paciência e cuidado. Fiz a calda e deixei esfriando. Fiz a barba também, tirei a sobrancelha, me lavei todo, pus um creme no cabelo para deixá-lo mais macio, dobrei minhas roupas, ajeitei meu quarto o que eu pude (embora ainda falte o armário) e me perfumei. Onde estava meu amor próprio? A coisa que sempre achei mais importante...
A verdade é que se tu não tem amor próprio, não pode amar. Mesmo que tenha sentimentos! Não pode... não conseguiria dar o que não dá nem pra si.
Arrisco, é verdade, com os olhos contra o escuro. Penso, agora, que mesmo que dê errado eu terei tirado alguma lição. Sofrerei, sofrerei muito, mas vou precisar suportar isso como homem.

Quando olhei meu guarda-roupa pensei: "pena não termos alguma máquina que dobre as roupas automaticamente. Não tenho paciência para dobrar isso...". Foi então que eu me dei conta: eu não tenho paciência. Essa paciência de zelar por uma coisa, de mantê-la limpa, ordenada, organizada, direita, bonita... a paciência que vem com o gosto, o bom gosto pelas coisas. Essa paciência que, naturalmente, te tira um tempo do teu dia e te põe a focar uma atenção que você gostaria de ter posto no video-game ou em outra coisa qualquer... essa paciência de fazer aquela coisa e esperar a perfeição dela. Como é bonito! Como é simples!... Hoje mesmo, quando eu voltar para a minha casa, arrumarei peça por peça de roupa e a dobrarei em meu guarda-roupa. Lavarei uma camisa e me arrumarei para amanhã ir marcar uma entrevista.

Pretendo desenvolver esse diário com muita paciência e postá-lo, sobre esses dias em que ficarei sem o meu amor. Será que posso mantê-lo? Será que posso mantê-lo como aos meus sentimentos? Apesar de ter me distraído, apesar de ter pensado, de ter sido otimista em relação a coisas as quais eu não deveria ser... apesar de tudo estou disfarçando uma tristeza. Será que a faço bem? Se as pessoas lerem o meu diário, saberão que não. Sorte que quase ninguém me visita aqui, e sorte que quase ninguém, quando visita, lê tudo o que escrevo... Não é por orgulho, não. É porque, mesmo que eu grite o que eu sinto, nada vai mudar o que já está feito.

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