segunda-feira, 8 de junho de 2009

Nunca...

O beijo que eu dei foi o mais doce.
Nunca a testa que encostei foi mais macia
Ou o colo mais protetor (mesmo que fosse teu, a quem jamais teria forças físicas para me proteger).
Eu fui o animal ferido que nunca largou as suas armas.
O beijo que eu dei foi o mais doce.
O tempo não lava o rosto da água.
O tempo não apaga o vestígio da noite nos teus olhos.
E que mais esperam-nos os anos? Nada que não seja mais fatal que o teu meio-sorriso
Quando parti.
Nunca terão chorado os cinamomos.
A lágrima jamais rola por fora da película humana. E isto não passa disso: uma membrana frágil e dissimulada.
Se a chuva esconder na argila o cheiro do meu rastro...
Então sonho que jamais poderá me seguir, quando eu finalmente cair.
O beijo que eu dei foi o mais doce.

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