"Alguns homens se elevam para cima. Eu acho que o caminho transitório é para baixo.
Repugno todos os libertários. A verdadeira liberdade está na aceitação do todo. Não podemos tomar qualquer partido e nem podemos cair na pretensão de pensarmos possuir algum tipo de identidade. Devemos abdicar dessa merda. A identidade é criançola e limitante. Você deve, se realmente deseja se libertar, seguir por dois caminhos: ou você abdica de tudo ou você abarca tudo.
A individualidade é um rasgo no animal. Somos animais rasgados, mas em essência animais. Entende o beco sem saída? Você não é singular. Não pense que é. Tua individualidade foi forjada para justificar impulsos instintivos. A racionalidade os tornou complexos; o eu surge desse jogo teatral entre a razão e o instinto. "
Sobre a linguagem:
"Não sei se os surrealistas compreendiam a intencionalidade com que guiavam suas experiências. Rimbaud não estava sendo aleatório quando falou sobre seu inferno espiritual.
Há no símbolo uma tensão subjacente: entre a limitação da linguagem e uma espécie de memória cultural que se reatualiza no conflito com essa linguagem.
A linguagem às vezes me parece chegar mais perto desse substrato de memória quando ele se afasta da denotação. Não basta ser metafórico, mas é preciso que a linguagem lide com as apropriações de sentido que o leitor gera, conseguindo vencer assim a barreira mais importante da subjetividade."
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