sexta-feira, 29 de maio de 2009

E se fingíssemos...

Que eu não sei me comunicar?
Você recorda, eu sei, da minha língua única...
Toda metaforizada em coisas que eu nem lembro ser.
Eu costumava me orgulhar por fugir assim do mundo.
Onde está o mundo? Embaixo dos meus pés? Não sou tão grande
Quanto essas formigas, que morrem embaixo dos meus pés.
Eu sempre tive aquela proficiência em ser meu próprio juíz, mas não um juíz justo:
eu sou o carrasco. Gosto da lâmina tesa no meu pescoço, prestes a machucá-lo.
Se sou tão amargo, se sou tão defensor do ódio-próprio, onde está a justiça?
Eu me achava um herói.
Um nobre.
Não sei de justiça.
Apenas sei inverter a ordem das palavras.
Encontraria rubis na tua boca, se parasse de me sentenciar.
Mas não pára.
Não precisa.
Sei que sou idiota.

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